sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Versos Simples para a Moça



Vives a face do oculto
Usa o dialeto da tristeza
És contraste neste mundo
De meus domínios realeza!

Sucumbindo à própria dor
Deste amor desesperado
Incitando de calor
Calado em meus prantos eu carrego o fado

És musa, és artista, és mulher divindade
Já tenho a mesa posta, falta tua companhia
Fico roendo de saudade
Para ti um oceano de regalia

Não seja tão maldosa
Não pise neste coração
Seja bem mais bondosa
Não haja tanto com a razão

Tu não sabes o que é amor
Por que não sente essa emoção
Ela causa um torpor
Que afasta a solidão

Quando eu te encontrar
Sozinha e sofrida
Quero só te falar
Que para ti tenho uma vida

By: Daniel Yasendick

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Análise


Ontem à tarde fui ao psicólogo.
Eu me sentei e perguntei se podia fumar um cigarro.
Ele, o psicólogo, me disse que ele detestava esse hábito, mas que se quisesse mesmo, então sim, tirei do bolso um cigarro e o acendi com as mãos meio trêmulas.
Lembro-me que meu sistema nervoso não era tão abalado assim, prefiro atribuir isso à cafeína, mas não sei dizer ao certo.
Enquanto acendia meu cigarro o médico falava coisas como:
- Eu entendo que você deve ter passado por coisas ruins e da qual não se orgulha, mas entenda que eu estou aqui para ajudar, eu gostaria de saber se você vai cooperar, até por que essa sessão faz parte da sua sentença proferida pelo juiz.
Que hipócrita, pensei, é como se ele tivesse dito que minha atitude de não falar com ele resultaria num telefonema no qual dentro de algumas horas eu estaria cumprindo uma pena de 08 meses.
O que disse foi:
- Ok! Pode contar comigo.
- Ótimo, para começar você pode me contar um pouco de você, dos seus problemas, ou se quiser dos seus sonhos, talvez do por que ter apontado uma arma para um comerciante e duas pessoas numa loja de conveniências, depois ter as mandado saírem, destruído tudo lá e no final dado um tiro em si mesmo.
            Entre uma tragada e outra comecei a me perguntar internamente, que porra de psicólogo é esse?
A resposta foi:
- Bem, não me lembro direito como aconteceu, não consigo lembrar o que estava pensando naquele momento, mas acho que a questão, a raiz de tudo isso esteja nos meus primórdios.
- Que espécie de primórdios?
- O senhor quer saber os meus primórdios doutor? Pois vou lhe contar.
O meu pai era um bêbado, inúmeras vezes eu o vi chegar a casa sujo, ferido, com hálito de álcool, patético.
Ele falava alto, vomitava, maldizia tudo e todos, mas o pior não era isso, ele também batia na minha mãe.
É uma história clássica, pai bêbado, mãe omissa e espancada e o filho que se torna instável e rebelde, mas sempre foi muito difícil pra mim. Quando cresci mais um pouco a raiva e o ódio eram tão grandes que minha vista escurecia e minha cabeça doía, certa vez ele batia nela e tudo em mim explodiu como fogos de artificio. Eu pulei em cima dele, segurei seus cabelos e dei socos nas costas, mas ele era mais forte e me chutou a barriga, quando cai ele se levantou e pegou uma cadeira, olhe para essa cicatriz na minha testa doutor, esse é o resultado daquela cadeira.
Deitado lá no chão eu tentava esboçar alguns movimentos, as órbitas dos meus olhos se encheram de sangue e tudo ficou vermelho, e a última coisa que vi antes de desmaiar foi meu pai deferindo socos contra a minha mãe por ela ter vindo tentar me defender.
Ai eu completei 15 anos e comecei a fumar, beber (é claro que nunca fiquei bêbado como meu pai) usei maconha, crack, LSD, e heroína algumas vezes, parei de ir escola e vivia na casa de amigos.
Numa festa eu conheci o Erick, ele fumava crack naquele momento e me ofereceu. No final da noite a gente estava transando no banco de trás de um carro.
A gente namorou por algum tempo, 16 meses pra ser mais exato, depois peguei ele na cama com outro cara e a gente terminou após eu cortar a cara dele com um pedaço de vidro.
A solução que encontrei foi vir pra essa cidade, tentar recomeçar, arranjei uns empregos horríveis, mas sempre roubava alguma coisa ou nem aparecia, no final ninguém mais me contratava, meu estado era bem aparente, então aconteceu meu pequeno incidente que me fez estar aqui hoje.
Olha doutor, eu não sei quem eu sou, nem o que sinto, nem o que quero e nem pra onde vou, a única coisa que sei é que as respostas pra todas essas perguntas não estão aqui, então é melhor tornarmos isso uma conveniência para nos dois, não me enche e eu não te ferro.
Foi isso que eu disse ao psicólogo, agora estou aqui fumando um último cigarro com um revolver na mão.
É impressionante como essas coisas são fáceis de se conseguir hoje em dia.
Devo acabar o que comecei...
Na cabeça é bem melhor...

By: Daniel Yasendick

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pequeno Devaneio da Alma



A primavera vem chegando...
Lá fora o sereno orvalhado da manhã me traz um pouco de esperança e paz.
Um copo de Whisky e um cigarro no fim são tudo o que tenho.
É como se eu andasse sobre espinhos, sinto minha alma gelada ate ela se despedaçar em milhares de sentimentos confusos.
Sentimentos não são muito dóceis, você diz uma coisa, eles dizem outra totalmente diferente.
A esperança cresce e acaba num minuto.
A vida se torna um gracejo vazio e estúpido.
As expectativas são cruéis.
O medo um campo de batalha.
Eu só gostaria de ter a possibilidade de segurar algo real na minha mão, algo simples e razoável.
Por que é tão difícil pensar com clareza?
Eu não pareço muito concordante.
Eu só vejo idéias vagas.
Um destino incerto.
Uma estrada tortuosa.
Quem dera pudéssemos mandar nas vontades, no fundo nossa alma tem uma força incrível.
A razão que é enamorada do provável abomina os desejos da alma, a razão na maioria das pessoas é uma parte reclusa do ser.
Já o coração parece ser amante da alma, se encontram as escondidas para manterem uma avassaladora paixão.
A alma devaneia, a alma as vezes toma partido do corpo inteiro, a alma canta uma grande opera, a alma jamais se retira, mas as vezes se isola.
A alma apenas num turbilhão acalma.
A alma espreita a angustia.
E alma deságua... Somente alma...


Por: Daniel Yasendick

domingo, 9 de maio de 2010

Líricas





Conjunto de Pensamentos Líricos de Escritores e Poetas Maravilhosos escolhidos por mim:


Ó beleza! Onde está tua verdade?
William Shakespeare

Esta consciência, que faz de todos nós covardes.
William Shakespeare

A poesia não se entrega a quem a define.
Mario Quintana

Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante!
Mário Quintana

BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana

Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.
Confúcio

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
Vinícius de Moraes

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Voltaire

Deus ao criar o rato disse: já fiz asneira! e tratou de criar o gato, logo o gato é uma errata do rato.
Victor Hugo

Um poeta é um mundo encerrado num homem.
Victor Hugo


"Ver um mundo num grão de areia
E o céu numa flor silvestre,
Ter o
infinito na palma da sua mão
E a eternidade numa hora."
William Blake

A tua amizade já me fez sofrer muitas vezes, sê meu inimigo em nome da amizade.
William Blake

Há um Sorriso que é de Amor
E há um Sorriso de Maldade,
E há um Sorriso de Sorrisos
Onde os dois Sorrisos têm parte.

E há uma Careta de Ódio
E há uma Careta de Desdém
E há uma Careta de Caretas
Que te esforças em vão pra esquecê-la bem

Pois ela fere o Coração no Cerne
E finca fundo na espinha Dorsal
E não um Sorriso que nunca tenha sido Sorrido
Mas só um Sorriso solitário

Que entre o Berço e o Túmulo
Somente uma vez se Sorri assim
Mas quando é Sorrido uma vez
Todas a Tristeza tem seu fim
William Blake