sábado, 2 de julho de 2011

Axíoma da Ética

A Ética pode ser compreendida como um meio termo, uma linha tênue entre o total vandalismo e o fanatismo sobre qualquer assunto.
Usando-a de menos podemos cometer gafes serrissímas contra a moral de toda uma sociedade.
Usando-a em demasia corremos o risco de perante aos olhos de bons observadores passarmos por grandiossisímos hipócritas.

By: Daniel Yasendick

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Versos Simples para a Moça



Vives a face do oculto
Usa o dialeto da tristeza
És contraste neste mundo
De meus domínios realeza!

Sucumbindo à própria dor
Deste amor desesperado
Incitando de calor
Calado em meus prantos eu carrego o fado

És musa, és artista, és mulher divindade
Já tenho a mesa posta, falta tua companhia
Fico roendo de saudade
Para ti um oceano de regalia

Não seja tão maldosa
Não pise neste coração
Seja bem mais bondosa
Não haja tanto com a razão

Tu não sabes o que é amor
Por que não sente essa emoção
Ela causa um torpor
Que afasta a solidão

Quando eu te encontrar
Sozinha e sofrida
Quero só te falar
Que para ti tenho uma vida

By: Daniel Yasendick

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Análise


Ontem à tarde fui ao psicólogo.
Eu me sentei e perguntei se podia fumar um cigarro.
Ele, o psicólogo, me disse que ele detestava esse hábito, mas que se quisesse mesmo, então sim, tirei do bolso um cigarro e o acendi com as mãos meio trêmulas.
Lembro-me que meu sistema nervoso não era tão abalado assim, prefiro atribuir isso à cafeína, mas não sei dizer ao certo.
Enquanto acendia meu cigarro o médico falava coisas como:
- Eu entendo que você deve ter passado por coisas ruins e da qual não se orgulha, mas entenda que eu estou aqui para ajudar, eu gostaria de saber se você vai cooperar, até por que essa sessão faz parte da sua sentença proferida pelo juiz.
Que hipócrita, pensei, é como se ele tivesse dito que minha atitude de não falar com ele resultaria num telefonema no qual dentro de algumas horas eu estaria cumprindo uma pena de 08 meses.
O que disse foi:
- Ok! Pode contar comigo.
- Ótimo, para começar você pode me contar um pouco de você, dos seus problemas, ou se quiser dos seus sonhos, talvez do por que ter apontado uma arma para um comerciante e duas pessoas numa loja de conveniências, depois ter as mandado saírem, destruído tudo lá e no final dado um tiro em si mesmo.
            Entre uma tragada e outra comecei a me perguntar internamente, que porra de psicólogo é esse?
A resposta foi:
- Bem, não me lembro direito como aconteceu, não consigo lembrar o que estava pensando naquele momento, mas acho que a questão, a raiz de tudo isso esteja nos meus primórdios.
- Que espécie de primórdios?
- O senhor quer saber os meus primórdios doutor? Pois vou lhe contar.
O meu pai era um bêbado, inúmeras vezes eu o vi chegar a casa sujo, ferido, com hálito de álcool, patético.
Ele falava alto, vomitava, maldizia tudo e todos, mas o pior não era isso, ele também batia na minha mãe.
É uma história clássica, pai bêbado, mãe omissa e espancada e o filho que se torna instável e rebelde, mas sempre foi muito difícil pra mim. Quando cresci mais um pouco a raiva e o ódio eram tão grandes que minha vista escurecia e minha cabeça doía, certa vez ele batia nela e tudo em mim explodiu como fogos de artificio. Eu pulei em cima dele, segurei seus cabelos e dei socos nas costas, mas ele era mais forte e me chutou a barriga, quando cai ele se levantou e pegou uma cadeira, olhe para essa cicatriz na minha testa doutor, esse é o resultado daquela cadeira.
Deitado lá no chão eu tentava esboçar alguns movimentos, as órbitas dos meus olhos se encheram de sangue e tudo ficou vermelho, e a última coisa que vi antes de desmaiar foi meu pai deferindo socos contra a minha mãe por ela ter vindo tentar me defender.
Ai eu completei 15 anos e comecei a fumar, beber (é claro que nunca fiquei bêbado como meu pai) usei maconha, crack, LSD, e heroína algumas vezes, parei de ir escola e vivia na casa de amigos.
Numa festa eu conheci o Erick, ele fumava crack naquele momento e me ofereceu. No final da noite a gente estava transando no banco de trás de um carro.
A gente namorou por algum tempo, 16 meses pra ser mais exato, depois peguei ele na cama com outro cara e a gente terminou após eu cortar a cara dele com um pedaço de vidro.
A solução que encontrei foi vir pra essa cidade, tentar recomeçar, arranjei uns empregos horríveis, mas sempre roubava alguma coisa ou nem aparecia, no final ninguém mais me contratava, meu estado era bem aparente, então aconteceu meu pequeno incidente que me fez estar aqui hoje.
Olha doutor, eu não sei quem eu sou, nem o que sinto, nem o que quero e nem pra onde vou, a única coisa que sei é que as respostas pra todas essas perguntas não estão aqui, então é melhor tornarmos isso uma conveniência para nos dois, não me enche e eu não te ferro.
Foi isso que eu disse ao psicólogo, agora estou aqui fumando um último cigarro com um revolver na mão.
É impressionante como essas coisas são fáceis de se conseguir hoje em dia.
Devo acabar o que comecei...
Na cabeça é bem melhor...

By: Daniel Yasendick

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pequeno Devaneio da Alma



A primavera vem chegando...
Lá fora o sereno orvalhado da manhã me traz um pouco de esperança e paz.
Um copo de Whisky e um cigarro no fim são tudo o que tenho.
É como se eu andasse sobre espinhos, sinto minha alma gelada ate ela se despedaçar em milhares de sentimentos confusos.
Sentimentos não são muito dóceis, você diz uma coisa, eles dizem outra totalmente diferente.
A esperança cresce e acaba num minuto.
A vida se torna um gracejo vazio e estúpido.
As expectativas são cruéis.
O medo um campo de batalha.
Eu só gostaria de ter a possibilidade de segurar algo real na minha mão, algo simples e razoável.
Por que é tão difícil pensar com clareza?
Eu não pareço muito concordante.
Eu só vejo idéias vagas.
Um destino incerto.
Uma estrada tortuosa.
Quem dera pudéssemos mandar nas vontades, no fundo nossa alma tem uma força incrível.
A razão que é enamorada do provável abomina os desejos da alma, a razão na maioria das pessoas é uma parte reclusa do ser.
Já o coração parece ser amante da alma, se encontram as escondidas para manterem uma avassaladora paixão.
A alma devaneia, a alma as vezes toma partido do corpo inteiro, a alma canta uma grande opera, a alma jamais se retira, mas as vezes se isola.
A alma apenas num turbilhão acalma.
A alma espreita a angustia.
E alma deságua... Somente alma...


Por: Daniel Yasendick

domingo, 9 de maio de 2010

Líricas





Conjunto de Pensamentos Líricos de Escritores e Poetas Maravilhosos escolhidos por mim:


Ó beleza! Onde está tua verdade?
William Shakespeare

Esta consciência, que faz de todos nós covardes.
William Shakespeare

A poesia não se entrega a quem a define.
Mario Quintana

Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante!
Mário Quintana

BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana

Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.
Confúcio

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
Vinícius de Moraes

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Voltaire

Deus ao criar o rato disse: já fiz asneira! e tratou de criar o gato, logo o gato é uma errata do rato.
Victor Hugo

Um poeta é um mundo encerrado num homem.
Victor Hugo


"Ver um mundo num grão de areia
E o céu numa flor silvestre,
Ter o
infinito na palma da sua mão
E a eternidade numa hora."
William Blake

A tua amizade já me fez sofrer muitas vezes, sê meu inimigo em nome da amizade.
William Blake

Há um Sorriso que é de Amor
E há um Sorriso de Maldade,
E há um Sorriso de Sorrisos
Onde os dois Sorrisos têm parte.

E há uma Careta de Ódio
E há uma Careta de Desdém
E há uma Careta de Caretas
Que te esforças em vão pra esquecê-la bem

Pois ela fere o Coração no Cerne
E finca fundo na espinha Dorsal
E não um Sorriso que nunca tenha sido Sorrido
Mas só um Sorriso solitário

Que entre o Berço e o Túmulo
Somente uma vez se Sorri assim
Mas quando é Sorrido uma vez
Todas a Tristeza tem seu fim
William Blake


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Uma Conversa com o Seu Reflexo.



Em uma casa de cuidados especiais para pessoas que sofrem de doenças mentais não se sabe onde, a figura de um homem aproxima-se lentamente no meio da penumbra de uma sala, ele fica imóvel na frente de um espelho qualquer e contempla o seu reflexo.


Oi? Tudo bem? Você me parece pálido, será que está doente? Será câncer? Provavelmente é, mas deixemos essas questões bobas de lado, tratemos do que me trouxe aqui hoje, as vozes que rodeiam minha cabeça contaram-me um segredo, mas você não pode falar para ninguém, ou eles dirão que você é louco, talvez eles sejam cegos ou simplesmente não aceitam a verdade que está bem na frente de seus olhos.
Sabe o que é? Eles me mostraram, e eu vi, vi uma linha que transcorre acima de um abismo sombrio, tenebroso, e ao mesmo tempo excitante, eu examinava cada passo que dava ao atravessar aquele ponto melindroso, afinal, cair não estava em meus planos, seria um mistério ao qual eu não estava disposto a descobrir.
Mas a questão é que ao chegar ao outro lado a visão que tive não foi nada agradável, foi terror, foi medo, foi pavor e foi horrível.
Vários homens e mulheres misturados numa grande multidão e confusão, uns caídos agonizavam, uns já estavam mortos, e outros que caminhavam de um lado para o outro.
Esses que estavam de pé caminhavam frenéticamente, determinados em suas convicções, obstinados, apressados, pareciam não dar por visto os que estavam moribundos e nem os que jaziam ali.
Os moribundos tinham a tez branca e cadavérica, alguns entoavam cantigas depressivas, outros gritavam e se esgoelavam pedindo ajuda com seus corpos dilacerados, arrastando-se em meio a fezes, vômitos e podridão, outros tão fracos estavam que a voz quase não lhes saia, e quando saia era totalmente valetudinária.
Os mortos foram que me fizeram ver o segredo que vim contar-lhe hoje, eles estavam lá, caídos e prostrados, inertes, e suas almas eram visíveis para mim, elas vagavam pela atmosfera sinistra, o fedor se transformou em vapor, e como fedia aquele lugar.
Eu pude ver a ambição, a ganância, o egoísmo, a maldade, a dor, a miséria e o sofrimento dos homens, eu vi isso tão forte, mas não é tudo, as vozes disseram-me para examinar mais uma vez o fedor dos corpos, quem dera não o tivesse feito, pois a visão foi vil para meus olhos, era como se arrancassem meu coração, ou então o crivassem de balas.
Apenas seis letras, que piscavam como painéis luminosos em cima das cabeças de cada um que ali estavam inclusive na minha, seis letras, e eu chorei, chorei como uma criança que pede colo e precisa da mãe, seis letras, chorei por horas, e cada vez que ousava olhar para a multidão a minha frente chorava mais, apenas seis letras, por fim secaram as lágrimas e só restou revolta, indignação e medo, corri querendo fugir, mas já não encontrei a linha que me trouxera até aquele lugar amedrontador, caminhei pela lateral do abismo e nada, nenhuma saída, nem lugar para se esconder, apenas seis letras rondavam meu pensamento, então eu pulei no abismo, na escuridão, no silêncio, no obscuro e mortificado breu do abismo.
Está curioso para saber que letras eram aquelas em cima da cabeça das pessoas? Pois eu vou dizer-lhe...

- Devo falar ponderadamente, minuciosamente e com muito cuidado, era: C – Â – N – C – E – R

Soltando risos tímidos ele fala - Sim, era câncer, as vozes me disseram que nós somos os cânceres da humanidade, sim nós somos os cânceres.
Gritando ele diz - Sim, cada um de nós.
Agora gritando e sorrindo histericamente ele berra aos quatro ventos que somos os Cânceres do mundo, cânceres, eu, você, ele, eles, todos nós, os cânceres.

Com ele ainda gritando entram os empregados do centro de cuidados e levam-no a força para fora a fim de sedá-lo.

domingo, 27 de setembro de 2009

Um Talvez entre os Dedos
















Descobri que a palavra “talvez" faz parte não só da minha personalidade, mas da de todos.
O fato sucinto para que eu creia nisso é que talvez sejamos seres cheios de dúvidas quanto a tudo que acontece em nosso cotidiano.
Por que talvez não saibamos ao certo o que queremos e, talvez não saibamos como fazer para consegui-lo.
Por que talvez seja tudo e talvez seja nada.
Talvez encontremos o amor no final da estrada escura e mal pavimentada.
Talvez encontremos o fracasso logo na esquina, ou até mesmo a pedra no sapato.
Talvez sua família diga que te ama talvez você espere por toda a eternidade para ouvir essas palavras.
Talvez o talvez chegue de surpresa a sua vida e venha carregando com ele milhares de sentimentos frustrantes.

Talvez você obtenha sucesso com:

Os amigos;
O trabalho;
Os relacionamentos;
Os estudos;
A sociedade;
A auto-identidade;
A vida;
Ou talvez não.

Talvez fosse melhor que o talvez não existisse isso iria nos abster de incontáveis perguntas inúteis e várias respostas decadentes.
Talvez Deus te ajude, talvez ele nem exista.
O importante é lembrar que quanto mais se olha para baixo, mais o chão parece fundo, e que quando se olha para o céu, mais ele parece inalcançável, por isso tente olhar para frente e flutuar.
Sonhos fazem mal, idealizar coisas supérfluas faz mal, verdades chegam a fazer mais mal que mentiras.

Sabe o que eu concluo?
Que talvez eu não saiba de nada.
Que talvez eu não saiba que sei.

Só que talvez...

Talvez...

Por: Daniel Yasendick